As editoras registraram faturamento de R$ 4 bilhões nas vendas ao mercado em 2023, o que representa decréscimo nominal de 0,8%. É o que mostra a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData.

O setor teve retração no faturamento de 5,1% em termos reais, considerada a variação do IPCA de 4,62%, na comparação com 2022. O número de exemplares vendidos ao mercado apresentou redução de 8% no período.

“Começamos 2023 otimistas, especialmente com o avanço das entregas das editoras e de didáticos durante o ano. No entanto, com a alta das taxas de juros e crescimento econômico moderado no país, o resultado final apenas se aproximou ao da inflação”, afirmou Sevani Matos, presidente da CBL.

“Os números espelham o baixo desempenho da economia brasileira. Junto a isso, o subsetor CTP [Científicos, Técnicos e Profissionais] continua em queda em livros físicos. Mesmo que tenha havido um crescimento em livros digitais, aumentando sua participação no total do setor, essa subida não foi capaz de alavancar o todo”, argumentou Dante Cid, presidente do SNEL.

Em 2023, o setor editorial brasileiro produziu 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares. A pesquisa apontou ainda um aumento nominal de 7,9% do preço médio do livro. Em termos reais a variação é de 3,2%. “É importante destacar que, ainda que nos últimos anos possa ser observado um aumento nominal do preço médio do livro, quando descontada a inflação isso não se concretiza. De 2006 a 2024 o preço médio do livro caiu 36,4% em termos reais”, disse Mariana Bueno, coordenadora de pesquisas econômicas e setoriais Nielsen BookData.

Já a Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro mostrou que em 2023 os conteúdos digitais corresponderam a 8% no faturamento das editoras (impresso + digital), ou seja, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior.