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O poder de saber o que não sabemos

Essa afirmação me chamou a atenção quando peguei o livro de Adam Grant chamado Pense de novo (ed. Sextante, RJ, 2021). Nessa obra o autor, psicólogo organizacional, professor da Wharton School e influente pensador, descreve brilhantemente a arte da reavaliação de um pensamento, ou melhor, da importância de repensar certezas. Um processo de desaprender para reaprender.

Em época de polarização como a que estamos vivendo hoje no mundo, essa capacidade de desaprender para reaprender é uma poderosa ferramenta para buscarmos nos ajustar aos processos de mudança, assim como entender e até incentivarmos a mudarem seus conceitos aqueles que têm certezas e verdades absolutas arraigadas, muitas vezes advindas de crenças baseadas em pouca informação, ou pior, em informações distorcidas e manipuladas.

Mas, afinal, o que tem isso a ver com o nosso negócio? Mais do que imaginamos.

O setor gráfico é, de forma geral, um setor tradicional e conservador, baseado em relações pessoais e de longa data com fornecedores e clientes que sempre precisaram de material impresso em diferentes áreas do seu negócio. Mas que foi chacoalhado pelo desenvolvimento das comunicações digitais e a digitalização dos processos.

Com isso, a relação com os clientes também vem mudando, e muito. Pela automação dos processos de compra, pelo desafio dentro do próprio cliente ao deparar-se hoje com diferentes canais de diálogo e de contato com seus próprios clientes questionando sobre a eficácia de materiais impressos nessa relação, pela rejeição de novos consumidores e das novas gerações ao que se refere à identidade dele com as marcas, com os produtos e o que isso representa para ele.

Mesmo assim, vemos muitas empresas gráficas resistentes a esse processo de mudança. Resistentes a entender as verdadeiras necessidades atuais dos seus clientes e se adaptar a elas. Muita resistência vinda de certezas que precisam ser questionadas, desaprendidas e reaprendidas para ajustes e adaptações necessárias à continuidade dos negócios.

Resistência
Muita resistência deve ser questionada

A relação com a venda online é uma delas. Pode parecer falacioso, mas a grande maioria das gráficas não consegue entender e se adaptar a esse processo. Primeiro, porque para muitas o não contato pessoal com o cliente gera desconfiança. Segundo, porque não conseguem buscar nichos específicos e ajustar produtos e processos para esse atendimento. Afinal, dizem, ou querem dizer, nunca fizemos assim e, portanto, não funciona. Certezas absolutas, arraigadas.

A verdade é que construir pontes digitais com os clientes hoje é de fundamental importância para manter o cliente, entender suas novas demandas e gerar serviços que trazem novos negócios e novos faturamentos. Para isso, manter sites de venda online, especializados e com funções especiais, como os de boa tecnologia de web-to-print, com canais de interação online via sites específicos e conectados aos clientes principais, é uma exigência de mercado para muitos negócios. Nesse sentido, é necessário descontruir-se, entender e reconstruir-se.

Rever processos internos de gestão do negócio e de fluxos de produção, dentro do que chamamos de pensamento digital, é outra barreira difícil de ser ultrapassada pelo “sempre fizemos assim, por que tem que mudar”? Afinal, a maioria das pessoas não quer e não gosta de mudanças. É humano, mas manter fluxos que dependam exclusivamente de pessoas-chave que determinam o que deve ser feito e como, além de emperrar trabalhos e aumentar o tempo de execução, só gera ineficiência, aumenta custos e causa perdas. Pensar digitalmente é adaptar processos a sistemas que ajudam a automatizar funções e decisões repetitivas, ganhando agilidade e reduzindo custos.

Hoje há softwares e plataformas dos mais diferentes tipos e de custos para esse ajuste de processos. Alguns já embutidos em fluxos de trabalho fornecidos junto com novas impressoras, especialmente as digitais, mas não exclusivas a elas. Para comprá-los e para usá-los, é necessária uma reconstrução de conceitos e pensamentos estabelecidos pelo tempo.

Há muitos outros exemplos que poderíamos citar, mas vou ficar, por enquanto, nesses dois que são bem ilustrativos do momento que estamos passando.

É evidente que muitas gráficas, claro, vêm se repensando, reaprendendo, se adaptando e prosperando. E já perceberam que, mesmo assim, terão de continuar nesse processo que é interminável.

Por isso retorno ao título. Muitas já perceberam o poder de saber o que ainda não sabem. E se preparam para conhecer mais.

Mas minha pergunta é: e você, já pensou em se repensar?

Hamilton Terni Costa
ondasimpressas.com.br
www.anconsulting.com.br
www.ciglat.com 

Junho/2022

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