A edição já é considerada a Bienal das Bienais por visitantes e expositores. Público de 660 mil pessoas, 10% maior do que em 2018, festejou a volta ao formato presencial.
Pronta para ficar guardada na lembrança de todos. A 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada em clima festivo e de encontro de leitores ávidos por novidades, após quatro anos de isolamento social, levou otimismo aos corredores do Expo Center Norte sobre o futuro do mercado editorial. Com um dia a menos para a sua realização, entre 2 e 10 de julho, a expectativa em torno da versão 2022 estimulou a venda antecipada de ingressos da ordem de 90% e atraiu 660 mil visitantes, 10% superior ao público da edição de 2018. Há quatro anos, o evento atraiu 663 mil pessoas em 10 dias.
Segundo ainda pesquisa realizada pela SMTur Secretaria Municipal de Turismo, através do Observatório do Turismo, da São Paulo Turismo (SPturis), o ticket-médio foi de R$ 226,94: um aumento de 40%.
O esforço pela democratização do acesso ao livro foi confirmado pelo resultado de ações como cashback (no valor pago pelo ingresso) e vale-livro (voucher individual de R$ 60, distribuído a alunos e educadores da rede paulistana de ensino), destinados à aquisição de livros direto com as editoras, no valor de R$ 7,2 milhões, durante os nove dias da Bienal. E não faltou a diversidade em gêneros literários, num conjunto de 300 autores nacionais e 30 internacionais.
A demanda aferida pela Bienal, de sete livros por pessoa, dimensiona o poder de compra do visitante. Ao todo, 182 expositores disponibilizaram cerca de 500 selos editoriais, numa prateleira completa e diversificada em gêneros literários, somando três milhões de livros.
Com motivos para brindar o êxito da grande festa literária, Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), realizadora do evento, frisa o acerto da campanha publicitária: Todo mundo sai melhor do que entrou. “A melhor campanha de todos os tempos, que traduz o objetivo de posicionar o livro como protagonista da mudança de cada leitor”, avalia ele ao completar: “outra importante conquista é identificar o quanto a Bienal cumpre o papel de difusor de negócios e relacionamento para os players do setor”.
Inserir o evento, cada vez mais, na rota das grandes feiras literárias internacionais, foi outro passo largo dado com a edição de 2022. A aproximação com Portugal – convidado de honra – marcou as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, mas também estreitou os laços e abriu caminho para novos acordos bilaterais no segmento editorial.
Espaços culturais concorridos, nove ao todo, onde o público buscou se inserir no debate de grandes temas relacionados ao universo do livro, compuseram as 1.500 horas de programação. Áreas destinadas a pensadores do mundo literário, empreendedores, artistas do cordel e do repente, personalidades da gastronomia, educadores que desenvolveram atividades para crianças, celebridades e outras atrações.
Principais números da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Público visitante | 660 mil |
Ticket médio | R$ 226,94 |
Compra online de ingressos | 90% dos ingressos |
Ações de incentivo vale-livro e cashback | R$ 7,2 milhões |
Quantidade de livros | 3 milhões |
Média de livros adquiridos | 7 por pessoa |
Selos editoriais | Cerca de 500 |
Área ocupada total | 65 mil metros quadrados |
Expositores | 182 expositores |
Espaços culturais | 09 |
Horas de programação | 1500 |
Autores nacionais | 300 |
Autores internacionais | 30 |
Visitação escolar | 60 mil |
Expositores: resultados e perspectivas
Faturamento aumentado e uma bolha de otimismo nos estandes
Com vendas muito acima das expectativas, a HarperCollins Brasil superou as metas de venda em 253%. A editora disponibilizou no evento um total de 883 títulos. “Nessa edição da Bienal pudemos observar um enorme fluxo de jovens procurando por livros, dos mais diferentes autores e vozes, o que passa um cenário de muito otimismo quanto ao mercado literário na retomada das feiras”, sintetiza Leonora Monnerat, diretora executiva da HarperCollins Brasil
As Edições Sesc registraram 40% de aumento no conjunto de livros.
Em relação à edição que ocorreu em 2018, a Edições Loyola contabilizou crescimento médio de 30%. Foram três mil títulos, sendo 45 exemplares de cada um. “Foi uma ótima experiência. Com certeza ficará conhecida como a Bienal das Bienais”, declarou Raphael Bispo, diretor comercial da Loyolla.
“Essa foi uma Bienal para entrar na história. Tivemos o melhor faturamento desde quando começamos a participar da Bienal do Livro”, acentua Heloíza Daou, diretora de marketing da Intrínseca. Os números do expositor impressionam e indicam, segundo a editora, demanda reprimida por conta da pandemia: 150% a mais no montante faturado e 45% a mais no volume de livros vendidos, em comparação com 2018. A média de nove livros vendidos por minuto (58 mil no total) estabelece um recorde para a participação da editora.
O melhor resultado da história. Assim, a Rocco Editora classifica o crescimento de 185% nas vendas durante a Bienal, no comparativo com a edição anterior do evento. A editora apresentou 350 títulos. Bruno Zolotar, diretor comercial e de marketing da Rocco, concorda que a Bienal é “sem dúvida, um dos maiores e mais importantes eventos do mercado editorial, voltado à interação entre editoras, escritores e leitores”.
Pela primeira vez como expositora na Bienal do Livro, a Literare Books International trouxe 250 títulos e vendeu, em média, 800 exemplares por dia, 110% acima do esperado. Maurício Sita, presidente da companhia, encerra o evento com a sensação de missão cumprida. “Mesmo sendo nossa primeira Bienal, este é o melhor evento que já participamos [em termos de faturamento], desde nossa fundação, há 25 anos. Com certeza voltaremos na próxima edição.”
Em números, na Ciranda Cultural – um dos maiores espaços com três estandes na Bienal – foram mais de quatro mil títulos em exposição para o público que, ao final das vendas, rendeu R$ 1,3 milhão.
Fonte: Communica Brasil – Assessoria de imprensa da Bienal