#livros Os números são da série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Em 2023, as editoras alcançaram R$ 4 bilhões em vendas ao mercado, um decréscimo de 20% desde 2019, último ano de crescimento acima da inflação. Esse declínio reflete a diminuição do número de leitores e a ausência de políticas públicas eficazes para o incentivo à leitura, conforme destacado por Sevani Matos, presidente da CBL.
O relatório, que abrange um período de 18 anos, aponta que o faturamento real das editoras caiu 5% em 2023 em comparação a 2022, com impactos significativos em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais). O subsetor de Didáticos apresentou uma queda acumulada de 17% desde 2020, enquanto Obras Gerais registrou um recuo real de 7% em 2023. O subsetor de Religiosos teve uma queda mínima de 0,1%, mas acumula uma redução de 14% em 18 anos. O CTP sofreu a pior retração, com um recuo real de 61% no faturamento.
Dante Cid, presidente do SNEL, expressou preocupação com os números, destacando a contínua queda nas vendas em um país com um baixo índice de leitura. Mariana Bueno, coordenadora de pesquisas da Nielsen BookData, observou que, apesar das dificuldades, as editoras de CTP estão apostando no conteúdo digital, que tem mostrado resultados positivos. Em 2023, as vendas de conteúdo digital ajudaram a equilibrar a queda nas vendas de livros impressos, resultando em um crescimento nominal de 3%, ainda que a estabilização esteja em um patamar muito abaixo do início da série histórica.